Corpos de vítimas de desastre são velados no estádio Arena Condá

redação - 03/12/2016 - 09:11


Emoção, choro, silêncio, aplausos, cantos e homenagens. Uma mistura de sentimentos e atitudes têm marcado, na tarde deste sábado (3), o velório coletivo de vítimas do acidente com o avião da Chapecoense que matou 71 pessoas no início da semana. Jogadores, membros do clube e radialistas de Chapecó são velados na Arena Condá, casa da Chapecoense.

A euforia nas partidas de futebol deu lugar ao luto emocionado pela despedida a uma delegação que marcou história no futebol. A trajetória meteórica, que teria como ápice a disputa da final da Copa Sul-Americana, foi interrompida pela queda da aeronave na Colômbia.

Os caixões com os corpos das vítimas chegaram à Arena Condá por volta das 12h30, depois de um cortejo pelas ruas de Chapecó.

Neste percurso até o estádio, a chuva atrapalhou, mas não espantou os moradores da cidade, que aplaudiram, cantaram e choraram com a passagem dos  quatro caminhões que levaram os caixões.

Nas ruas, o povo manifestou seu luto durante a passagem do cortejo e, no estádio, ovacionou os ídolos. Com as homenagens, os torcedores que lotam a Arena Condá se emocionam e choram copiosamente.

Em várias partes do estádio que recebe o funeral coletivo vê-se faixas em agradecimento ao povo da Colômbia, país onde ocorreu o acidente e que prestou o atendimento e o resgate das vítimas. Na última quarta-feira (30), uma cerimônia muito emocionante em homenagem às vítimas foi realizada no estádio de Medellín, exatamente no horário em que seria disputada a final da Copa Sul-Americana.

Alguns torcedores levaram à Arena Condá, inclusive, a bandeira colombiana. "Colombia, gracias por todo", é o que diz uma das faixas. Outra, em inglês, diz "A todo mundo, o que nos resta é agradecer".

O técnico da seleção brasileira, Tite, chegou em um voo fretado. "Eu quero, na medida do possível, amenizar o sofrimento e encorajar as famílias", disse o treinador. O presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, também foi para a cidade catarinense. Alguns ex-atletas do clube marcaram presença no velório, como por exemplo, os zagueiros Vilson (Corinthians) e Douglas Grolli (Ponte Preta) e o atacante Soares (Madureira).

Antes da chegada dos caixões, um dos momentos mais emocionantes aconteceu quando Ilaíde Padilha, mãe do goleiro Danilo, chegou no estádio. Ela entrou no gramado sob fortes aplausos e gritos de "Danilo, Danilo, Danilo".

Chorando, Ilaíde fez questão de cumprimentar as pessoas que estavam no alambrado. Por definição da organização do velório coletivo, o público tem que ficar nas arquibancadas.

Um dos destaques do evento foi a mensagem enviada pelo papa Francisco, cujo texto foi lido durante a cerimônia pelo bispo de Chapecó (SC), dom Odelir Magri. "Consternado pela trágica notícia do acidente na Colômbia, o Papa pede que sejam transmitidas suas condolências e sua participação na dor de todos os enlutados. Ao mesmo tempo, pede ao céu conforto e restabelecimento para os sobreviventes e coragem e consolação para todos os atingidos pela tragédia", diz a mensagem.

Em homenagem às vítimas do acidente aéreo, o jornalista Cid Moreira também leu um salmo bíblico no estádio Condá. Na sequência, honras militares encerraram a cerimônia de sepultamento das vítimas do acidente aéreo na Colômbia.

Presidente Michel Temer recebeu os caixões das vítimas no aeroporto (Foto: Nelson Almeida/AFP)

Falaram na cerimônia – que contou com a presença do presidente Michel Temer e do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo - o presidente em exercício da Chapecoense, Ivan Tozzo, e o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon.

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, em discurso no final, ressaltou o “momento de dor”, e que não havia palavras que pudessem diminuir o sofrimento dos que perderam entes queridos no acidente.

“Quero deixar aqui um abraço solidário de todo o mundo do futebol e dizer que a Fifa está do vosso lado, não só hoje mas sempre. Força Chape, somos todos brasileiros, somos todos chapecoenses”, disse Infantino.

Ao fim do velório coletivo, apenas 16 corpos permanecerão para ser sepultados em Chapecó. Os demais serão encaminhados a outras cidades e estados para o sepultamento.

Além de Chapecó, uma missa em homenagem aos cinco profissionais da RBS mortos no acidente ocorreu na catedral metropolitana de Florianópolis na manhã deste sábado (3). Os corpos de André Luiz Podiacki, Bruno Mauri da Silva, Djalma Araújo Neto, Giovane Klein Victória e Laion Machado de Espíndula seguiram para velório individual.

No Rio de Janeiro são velados os corpos dos jornalistas Guilherme Marques, Guilherme Van der Lars e Ary Júnior, da Rede Globo. Os corpos chegaram a General Severiano por volta das 13 horas e serão velados ao longo da tarde,

Já os velórios dos jornalistas da Fox Paulo Júlio Clement, que acontecerá na sede social do Fluminense, e Victorino Chermont, na do Flamengo, estavam previstos para a tarde deste sábado, mas foram transferidos para a manhã de domingo.

Velório coletivo foi encerrado com honras militares

 

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