Chapecoense viajará 18 horas de ônibus para disputar torneio

redação - 22/12/2016 - 08:17


Nada de avião. A Chapecoense usará transporte terrestre para viajar rumo à Copa São Paulo de futebol júnior, primeiro torneio que o clube disputará após o acidente aéreo do último dia 29, quando 71 pessoas morreram.

A viagem deverá durar 18 horas. A saída de Chapecó está marcada para as 23h do dia 1º de janeiro e a chegada em Porto Feliz (a 118 km da capital), local onde o time disputará seus jogos na primeira fase, está prevista para as 17h do dia 2. Menos de 24 horas depois, às 15h30 do dia 3, o time enfrenta o Nova Iguaçu, na primeira rodada da copa.

"O motivo de viajar de ônibus foi uma questão de economia e não por conta do acidente. De ônibus, vamos gastar algo em torno de R$ 12 mil. De avião, gastaríamos aproximadamente R$ 25 mil", disse César Antônio Dal Piva, diretor das categorias de base.

Ele lembra inclusive que o clube viajou de ônibus para as edições de 2015 e 2016 do torneio. Na primeira, o time ficou sediado em Taboão da Serra, a 30 km de São Paulo. Neste ano, a sede foi Tanabi, a 477 km da capital.

Segundo Dal Piva, a Chapecoense gasta aproximadamente R$ 2,5 milhões por ano com as categorias de base, valor que corresponde a 4% do orçamento do time. Em 2017, a expectativa é que 5% do orçamento seja usado na base.

Por conta do acidente que vitimou 19 jogadores às vésperas da final da Copa Sul-Americana, o clube catarinense não terá força máxima na Copa São Paulo. Cinco jogadores que estavam inscritos serão integrados ao elenco profissional.

"Após o acidente, os jogadores ficaram afastados dos treinamentos por 15 dias. Houve uma comoção total por conta do acidente. O clima aqui ainda está diferente, mas os meninos estão tentando absolver tudo o que aconteceu", disse o treinador da equipe sub-20, Emerson Cris.

A principal aposta do clube catarinense é no meia-atacante Guilherme Lima, 17, que integra a categoria sub-20 desde o início do ano.

"Ele é diferenciado. É um meia muito habilidoso que pode definir a partida em uma jogada de bola parada ou em um lance. Ele está fazendo um trabalho de fortalecimento e é a nossa grande aposta para os próximos anos", disse Dal Piva.

Natural de Chapecó, a jovem promessa jogou pelo Avaí em 2012 e 2013 antes de integrar a base da equipe de sua cidade natal.

"O clima continua pesado e estamos evitando tocar no assunto [sobre o acidente aéreo]. É difícil acreditar, esquecer, mas já conversamos com a assistente social e a psicologa do clube. Nosso objetivo é honrar a camisa da Chapecoense e ir o mais longe possível na Copa São Paulo", afirmou Guilherme.

Duas outras apostas da Chapecoense que são vistas como fonte de receita certa para o clube são o meia-atacante Shaylon, 19, emprestado ao São Paulo, que deve adquiri-lo em definitivo em janeiro, e Kevin, emprestado ao Grêmio.

Recuperação

Nesta quarta (21), os médicos que cuidam do zagueiro Neto, um dos sobreviventes da tragédia, afirmaram que o quadro de saúde do jogador está evoluindo bem e que ele deve receber alta até a próxima sexta (23).

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