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ITABELA – O estado da Bahia, maior produtor de mamão do Brasil (51% da produção do país), ameaça parar de produzir o fruto por falta de investimentos no setor. Os produtores reclamam dos preços na hora de comercializar a fruta e diz que estão pagando para trabalhar. “Ou nós paramos de plantar, ou vamos falir” afirma um produtor do município de Itabela, o senhor Luigi Guerra.
A reunião que aconteceu na câmara de vereadores de Itabela na tarde desta sexta-feira (19), contou com a presença do secretário de Agricultura da Bahia Eduardo Salles, do presidente da BRAPEX – Associação Brasileira dos Exportadores de Papaya, Ulisses Brambini e produtores da região. Foi discutido o colapso na cultura do mamão, que está à beira da morte. “Só temos duas alternativas, ou os governos estaduais e federal investem no setor ou seremos obrigados a parar de plantar”, afirmou o senhor Ulisses Brambini.
O secretário de Agricultura da Bahia, Eduardo Salles se colocou à disposição da associação para enfrentar a crise no setor. “Temos que agir com urgência, não podemos esperar que a coisa se agrave ainda mais. Bem sabemos que o mamão é a terceira maior produtividade de frutas do estado, e do jeito que está, quase não dá para pagar os custos, disse o secretário.
O Presidente da câmara de vereadores, Lúcio França, saiu em defesa dos produtores. “O mamão, além de alavancar a economia do extremo sul do estado, é responsável por uma grande geração de emprego e renda na Bahia. Temos que tomar atitudes sérias para resolver os problemas, não podemos ficar de braços cruzados diante desta situação, muitas famílias dependem do mamão para sobreviver”.
O presidente do Sindicado dos Produtores Rurais de Itabela, o senhor Leomir Sossai, falou aos presentes das dificuldades encontradas no começo da atividade na Bahia. O clima favorável do extremo sul baiano atraiu produtores de mamão de vários estados brasileiros na década de 70, de lá para cá são 40 anos de altos e baixos por conta das viroses, hoje já controladas. “A preocupação agora é outra, estamos preocupados porque não conseguimos cobrir os custos, que estão elevados, isso nos deixa muito preocupados”, comentou o presidente Leomir Sossai.
Um produtor de mamão de Itabela, o senhor Luigi Guerra fez um verdadeiro desabafo e cobrou uma solução do secretário Eduardo Salles para a crise no setor. “A gente espera que o estado faça alguma coisa o mais rápido possível, porque a expectativa é que o preço do mamão continua ruim durante cerca de três meses, nós não agüentamos mais, se não houver uma interferência do estado em nosso favor, seremos obrigados a parar de produzir, ou então iremos à falência”, disse o senhor Luigi.
