ITABELA - A falta de espaço para novos sepultamentos no cemitério São João Batista, na cidade de Itabela, causa indignação à população. Calcula-se que mais de 80% dos túmulos foram violados para que fossem depositados novos corpos. A capacidade para novos sepultamentos se esgotou há mais de dois anos e há a necessidade de que a Secretaria de Obras tome providências no sentido de resolver o problema, o que não está sendo feito.
Com uma média de até 15 sepultamentos ao mês, os dois funcionários que trabalham no local não conseguem dar conta de todo o trabalho, que precisa ser feito diariamente. A falta de manutenção da área em vários pontos também se tornou um problema. Túmulos encontram-se danificados por falta de cuidados, ficando evidente uma intervenção pública diante da situação.
A equipe do site GIRO DE NOTÍCIAS esteve no cemitério na tarde deste sábado (9) para conferir de perto a situação, que poderá acarretar em uma ação judicial contra o município. A situação causou revolta aos parentes de José Carlos Miranda Andrade, que morreu vitima de atropelamento na BR-101, em Itabela, há 14 anos. O túmulo foi violado e no local foi sepultado o corpo de outro homem, há quatro anos, e só agora os parentes descobriram o corrido.
Um dos irmãos do falecido ficou revoltado com a situação e procurou a reportagem do site para denunciar o absurdo que vem ocorrendo no cemitério da cidade. Para ele, isso é um total desrespeito com os familiares de quem tem seus entes queridos depositados ali. O irmão do falecido pretende mover uma ação judicial, caso o executivo não tome uma atitude mais enérgica no sentido de gerenciar a questão.
De acordo com os coveiros que trabalham no cemitério, o que tem sido feito, de forma paliativa, é a abertura de novos túmulos em locais que eram utilizados para circulação de visitantes ou utilizando as mesmas sepulturas já ocupadas para sepultar novos corpos. Segundo o funcionário Valmir Evangelista, na maioria das covas já foram sepultadas até quatro pessoas.
Esse problema já foi detectado há mais de dois anos, mas nada de concreto foi feito para a ampliação do cemitério ou a criação de um novo espaço. A prefeitura chegou a comprar uma área anexa ao cemitério, mas até hoje o local continua tomado pelo mato. Enquanto isso, mais pessoas estão morrendo e sendo amontoadas nas mesmas sepulturas.
“É certo que obras de expansão, melhorias e manutenção em cemitérios, não trazem benefícios políticos aos administradores. Mas o abandono, relaxo e desleixo, com certeza, trazem a revolta da população, principalmente quando um ente querido deve ser sepultado e o local, que deveria ter um mínimo de estrutura, está completamente ao léu”, disse José Raimundo Miranda, irmão do falecido.
Pelo que temos acompanhado, os passos para a solução das reclamações estão indo lentamente, ou melhor, quase parando. A prova disso está nas imagens que mostram o estado de abandono do antigo cemitério da cidade, localizado na rua são José do Panorama, que foi desativado há anos e nenhuma providência para remoção dos cadáveres foi tomada pelo executivo. No local há um campo de futebol em meio aos túmulos.
A situação é a mesma nos cemitérios de São João do Monte (Montinho) e Monte Pascoal, distritos de Itabela. Nossa reportagem ouviu familiares de falecidos reclamando da mesma situação existente nos citados cemitérios: falta de espaço para abrir novas sepulturas.
A indignação é geral e choca a opinião pública, que não entende a falta de consciência, de dever e ação por parte das autoridades e instituições como a Prefeitura e a Câmara Municipal.