PF apura elo de tesoureiro petista com doleiro preso

redação - 28/09/2014 - 18:16


A Polícia Federal abriu mais uma frente de investigação na Operação Lava Jato para apurar se investimentos feitos por fundos de pensão de estatais em empresas ligadas ao doleiro Alberto Youssef foram negociados pelo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.

Dois fundos, o Petros, dos empregados da Petrobras, e o Postalis, dos Correios, aplicaram R$ 73 milhões e perderam praticamente todo o investimento. Vaccari nega ter participado desses negócios.

Segundo a polícia, parte do dinheiro foi para uma consultoria usada por Youssef para repassar propina de empreiteiras e fornecedores da Petrobras a políticos do PT e de outros partidos que apoiam o governo da presidente Dilma Rousseff no Congresso.

E-mails encontrados pela PF em computadores de pessoas ligadas a Youssef sugerem que Vaccari ajudou os operadores do doleiro a fazer contato com o Petros em 2012, quando o grupo tentava captar recursos para o Trendbank, empresa que administra fundos de investimento.

Um desses fundos quebrou no fim do ano passado, deixando um rombo de cerca de R$ 400 milhões e causando prejuízos aos fundos de pensão e a outros investidores.

Segundo os e-mails, o elo entre Vaccari e Youssef era Enivaldo Quadrado, um operador do mercado financeiro que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal por ter distribuído dinheiro do mensalão no início do governo Lula e que mais tarde passou a trabalhar para o doleiro.

Em fevereiro de 2012, um executivo do Trendbank, Pedro Torres, disse a Quadrado que precisava falar sobre o Petros. Três dias depois, Quadrado respondeu por e-mail: “Falei hoje com João Vaccari sobre Petros, vamos ter reunião com os caras dia 28/02″.

A PF interpretou a frase como uma conquista de Quadrado: “Vale ressaltar que houve tentativas por parte de Quadrado de trazer [...] outros fundos de previdência, entre eles [...] o Petros” para os investimentos do doleiro, diz um relatório.

O Trendbank investiu boa parte do dinheiro que captou em papéis podres de empresas fantasmas ligadas a Youssef, apontado pela PF como chefe de um bilionário esquema de lavagem de dinheiro.

Essas empresas ofereciam como garantia aos investidores contratos de prestação de serviços com empreiteiras, mas a PF concluiu que tudo não passou de uma fraude.

Duas dessas empresas, a Rock Star Marketing e a JSM Engenharia e Terraplanagem, que receberam mais de R$ 100 milhões dos recursos aplicados pelo Trendbank, repassaram ao menos RS$ 1,5 milhão em 2010 à MO Consultoria, firma controlada por Youssef.

Segundo o Ministério Público Federal, os recursos repassados à MO eram propina, já que a empresa não prestava os serviços pelos quais recebia.

 

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que foi preso em março junto com Youssef e há um mês passou a colaborar com as autoridades, apontou Vaccari como um dos recebedores de propina do esquema de Youssef.

Vaccari esteve na sede de uma empresa do doleiro, a GFD, um mês antes de a PF deflagrar a Operação Lava Jato. A GFD era a empresa usada por Quadrado para captar recursos dos fundos de pensão. O tesoureiro disse em agosto que conhece Youssef e foi à GFD, mas não revelou o motivo da visita.

o doleiro Acusado de comandar um bilionário esquema de lavagem de dinheiro, o doleiro Alberto Youssef fez negócios com fornecedores da Petrobras e se encontrou com Vaccari pouco antes de ser preso em março

o operador Condenado por ter distribuído dinheiro do mensalão no governo Lula, Enivaldo Quadrado virou diretor de uma empresa de Youssef e teve contato com Vaccari

O delator Diretor da Petrobras de 2004 a 2012, foi preso e confessou ter recebido propina de fornecedores da estatal e distribuído dinheiro a políticos ligados ao governo

o tesoureiro Tesoureiro do PT desde 2010, João Vaccari ajudou Youssef a fazer negócios com fundos de pensão, segundo a PF

 

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