Dirceu atuou como corretor de propriedades, inclusive na Bahia, antes de ser preso.

redação - 20/09/2015 - 13:58


A quebra de sigilo telemático de um sócio do ex-ministro José Dirceu revelou a atuação do petista como corretor de grandes propriedades pelo país, inclusive na Bahia, antes de ser preso. Nas mensagens, Dirceu é procurado para intermediar negócios, analisa opções de alto padrão e recebe ofertas de propriedades rurais. "Amigo Zé Dirceu, sou dono dessa propriedade no sul da Bahia, 140 hectares com um quilômetro de praia privativa... me ajuda a vender isso se puder? Se vc gostar podemos discutir preço no telefone e acertar 1 milhão de dólares comissão", diz a mensagem enviado por um empresário chamado Julio Ferreira, de acordo com a Folha.

O email foi escrito em fevereiro de 2012, antes da condenação de Dirceu pelo Supremo Tribunal Federal em decorrência do mensalão. Ferreira queria se desfazer do terreno para financiar a construção de um shopping. Em um arquivo de 2010, Dirceu disse a Julio Cesar que precisava de um terreno com 100 mil metros em Campinas, para um complexo industrial. Dois anos antes, em 2008, uma secretária do ex-ministro enviou um email para o cineasta Luiz Carlos Barreto pedindo dica para "vender uma ilha". Em outro email o próprio Dirceu discutiu com o banqueiro Walter Appel opções de imóveis em São Paulo.

O relatório de um agente da PF sobre a quebra de sigilo afirma que Julio Cesar buscava novos negócios para José Dirceu, mas a atuação como corretor não foi abordada na denúncia do Ministério Público Federal nem no relatório do delegado responsável pelo indiciamento do ex-ministro da Casa Civil. Na investigação, o sócio de Dirceu se identificou à Polícia Federal como corretor de imóveis e disse que a "intermediação imobiliária" era uma atividade secundária da JD Consultoria, embora a empresa do petista nunca tenha concretizado nenhuma operação nessa área.

Em outro caso de 2008, Dirceu participou da venda de um terreno na rodovia Anhanguera, em São Paulo, de um advogado chamado Armando Zurita para Carlos Alberto de Oliveira Andrade, fundador do grupo Caoa. Uma versão do contrato aponta que o valor da venda seria de R$ 3,6 milhões. Durante a negociação, Dirceu articulou um contrato de consultoria de R$ 253 mil para que a JD "divulgasse" livros didáticos sobre a Amazônia escritos por Zurita.

O relatório da PF chama a atenção para a coincidência entre as datas. Questionada pela Folha, a assessoria do ex-ministro informou apenas que todas as atividades da empresa foram declaradas à Receita Federal. A assessoria disse ainda que os advogados de Dirceu só pretendem se manifestar sobre os detalhes do caso nos autos do processo que tramita na Justiça Federal do Paraná.

O grupo Caoa afirmou por meio da assessoria de imprensa que o único terreno que possui na rodovia Anhanguera foi comprado nos anos 90. Armando Zurita não respondeu aos pedidos de entrevista da publicação

Matéria Bahia Noticias, Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

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