TCM denuncia casal de prefeitos ao MPE desde 2008; eles são acusados de desvio de 200 mil da prefeitura.

Giro de Noticias - 08/11/2017 - 17:38


O prefeito Robério Oliveira, que pela terceira vez administra o município de Eunápolis, no Extremo Sul da Bahia, e agora investigado pela Polícia Federal, vem sendo punido pelo Tribunal de Contas dos Municípios e denunciado ao Ministério Público Estadual por crime contra a administração pública desde o ano de 2008. Também sua mulher, Cláudia Oliveira, prefeita de Porto Seguro, foi punida e, a exemplo do marido, denunciada desde 2013 ao MPE diversas vezes por fraudes em licitações. Seu irmão, Agnelo Santos, prefeito de Santa Cruz Cabrália, e também detido na “Operação Fraternos”, da Polícia Federal, ainda não teve contas examinadas pelo TCM, por ter assumido a administração no início deste ano.

Robério Oliveira, que assumiu o primeiro mandato à frente da Prefeitura de Eunápolis em 2006 – e depois foi reeleito – teve nada menos que seis contas anuais rejeitadas e cinco delas foram encaminhadas ao Ministério Público Estadual, diante de evidências de crime contra a administração pública, especialmente fraudes em licitações para a contratação de serviços de aplicação de revestimento asfáltico para pavimentação e recuperação de ruas, e reforma de escolas, envolvendo as empresas ETP Construções e Planejamento, Brasquímica Produtos Asfálticos, a Disco Distribuição de Serviços, Construção e a OPF Construções Ltda.. Os contratos tinham sempre valores milionários.

No ano de 2012 o TCM apurou, através de Termo de Ocorrência, e denunciou Robério Oliveira até por fraude em processo para compra até mesmo de livros paradidáticos, no valor de R$1,5 milhão. Ele foi multado em R$10 mil. Os livros foram adquiridos sem qualquer licitação – um total de 5.347 unidades, segundo o processo. Mas, pelo menos a metade sequer foi encontrada no almoxarifado da prefeitura. Por isso, o TCM também exigiu a restituição aos cofres públicos de R$425.410,00.

Por conta da rejeição de suas contas e dos claros indícios do cometimento de crime que podem ser caracterizados como de improbidade administrativa, Robério Oliveira, assim como a sua mulher, prefeita de Porto Seguro, foi incluído nas listas que foram apresentadas pelo TCM – cumprindo dever legal – à Justiça Eleitoral dos gestores “ficha-suja”, que não poderiam disputar eleições para cargos públicos. Evidentemente, como aconteceu em relação a outros, a punição não foi aplicada porque as câmaras municipais reformaram a decisão da Corte de Contas ou em razão de liminar judicial.

Cláudia Oliveira seguindo o exemplo do marido, já no ano de 2013 teve suas contas na prefeitura de Porto Seguro rejeitadas e foi denunciada ao Ministério Público Estadual em razão de processos fraudulentos de licitação, envolvendo valores da ordem de R$1,9 milhão. Além disso, feriu os princípios constitucionais da razoabilidade e da economicidade – causando prejuízo ao erário, com gastos imoderados e injustificáveis com consultorias de assistência social, contábil e jurídicas. E também com empresas de comunicação, de eventos, de produções artísticas e de serviços de locações, produções e eventos. Foi então multadas em R$20 mil e obrigada da devolver aos cofres públicos a quantia de R$122.384,21.

No ano seguinte, 2014, ela foi multada em R$ 20 mil por promover gastos excessivos com a realização do “São João Elétrico”, que custou R$1.990.099,00 – que representou 12,35% da receita orçamentária do mês de junho. Só para montar a estrutura da festa a empresa Citrino Logística Serviços e Montagens Ltda, recebeu R$1,7 milhão. Outros R$668 mil foram pagos a artistas.

As contas de 2015 da administração de Porto Seguro também foram rejeitadas pelo TCM e mais uma vez Cláudia Oliveira foi denunciada ao MPE. E mais uma vez foram apontadas irregularidades em processos licitatórios que envolvem, ao todo, R$68,6 milhões. Foram identificadas ilegalidades gravíssimas em nada menos que 47 licitações em que, em razão de suposta “ausência de concorrentes para o item licitado”, a prefeitura contratou a “única empresa que se candidatou à disputa”.

O que se constatou no TCM, ao analisar a documentação, foi que o procedimento da prefeitura é recorrente nas licitações – ou seja, quase sempre não se apresentavam empresas concorrentes -, portanto, longe de constituírem “casos eventuais, pontuais”. Na verdade, representam nada menos que 56,62% dos casos de procedimentos licitatórios realizados. A prefeita, além de denunciada ao MPE pra se haver com a Justiça, foi multada em R$10 mil. E também sofreu mais uma multa, de R$28.860, que corresponde a 12% dos seus subsídios, por ter desrespeitado a Lei de Responsabilidade Fiscal e gasto 60,40% da receita corrente líquida com pagamento a servidores.

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COMENTÁRIOS

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qui nada roberio sempre comprou os riquinhos de ityabela , essi povo rico de itabela gosta mesmo é que os ladrão de eunapolis saqueia itabela , uma vergonha esses ricos
TURIBINHA

Se no Brasil existisse uma justiça realmente correta, eles teriam que devolver todo dinheiro roubado, mas também ficarem presos, porque os presidios estão cheios de pessoas que roubaram o mínimo e estão presas e eles roubam bilhões e ficam soltos? cadeia isso sim seria justiça.
cidadã