A Polícia Federal fez nesta sexta-feira (29), buscas em imóvel da primeira-dama de Minas Gerais, Carolina Pimentel, casada com o governador Fernando Pimentel (PT). A ação, num apartamento da Asa Sul, em Brasília, integrou a Operação Acrônimo, que investiga esquema e lavagem de dinheiro envolvendo colaboradores da campanha do petista ao Palácio Tiradentes, em 2014.
Carolina Oliveira até 2014 ocupava esse apartamento. Foi esse o imóvel objeto de um dos 90 mandados de busca e apreensão expedidos a pedido da PF pela Justiça Federal de Brasília. De acordo com a revista "Época" do ano passado, Carolina montou uma empresa, a Oli Comunicação, e mantinha amizade com a mulher do empresário detido, conhecido como Bené e que atua no ramo de gráficas e organização de eventos. A Oli, segundo a revista, foi contratada pelo PT.
Em nota oficial enviada na tarde desta sexta, o advogado de Carolina Oliveira informou que ela tomou conhecimento das investigações realizadas pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira, "mas viu com surpresa a operação de busca e apreensão realizada em sua antiga residência, em Brasília. Carolina acredita que a própria investigação vai servir para o esclarecimento de quaisquer dúvidas", informou a nota.
Capital Mineira
Em Belo Horizonte, cinco equipes da Polícia Federal (PF) cumpriram mandados de busca e apreensão na manhã de hoje dentro da operação Acrônimo, que investiga o empresário ligado ao PT, Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, da Gráfica e Editora Brasil. Suspeito de associação criminosa, Bené teve mandado de prisão decretada nesta sexta-feira. Dez carros de luxo e um avião foram confiscados.
Entre os alvos na capital mineira, a PF fez buscas no apartamento do ex-deputado federal Virgílio Guimarães, localizado no Sion. Virgílio é um dos fundadores do PT e pai do deputado federal Gabriel Guimarães, cotado para ser candidato a prefeito de Belo Horizonte. Computador, pen-drive e telefone foram apreendidos na casa dele.
Em entrevista nesta sexta-feira, ele confirma a ação policial, mas alega estar impedido por lei de falar a respeito do assunto. “Fui informado que informações da Polícia Federal só devem ser dadas pela Polícia Federal. Os demais cidadãos estão impedidos por lei de falar desse assunto. Existe uma legislação que me impede de falar. Gostaria de falar, mas me informaram que existe uma legislação que me impede. Acho a lei errada, mas sou cumpridor da lei”, declarou. Segundo ele, a investigação é sigilosa.