Lewandowski interferiu em processo para ajudar o PT e a presidente Dilma

redação - 29/06/2015 - 16:39


O Tribunal Superior Eleitoral sumiu com os pareceres técnicos que sugeriam a reprovação das contas do PT na época do mensalão e da campanha da presidente Dilma em 2010. Documentos revelam que isso ocorreu por determinação do ministro Ricardo Lewandowski

Ricardo LewandowskiRicardo Lewandowski(Cristiano Mariz/VEJA)

Em outubro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal monopolizava as atenções do país quando alinhavava as últimas sentenças aos responsáveis pelo escândalo do mensalão. Naquele mesmo mês, só que em outra corte de Justiça e bem longe dos holofotes, um auditor prestava um surpreendente depoimento, que jogava luz sobre episódios ainda nebulosos que envolvem o maior caso de corrupção da história.

O depoente contou que, em 2010, às vésperas da eleição presidencial, foi destacado para analisar as contas do PT relativas a 2003 - o ano em que se acionou a superengrenagem de corrupção. Foi nessa época que Delúbio Soares, Marcos Valério, José Genoino e o restante da quadrilha comandada pelo ex-ministro José Dirceu passaram a subornar com dinheiro público parlamentares e partidos aliados. Havia farto material que demonstrava que a contabilidade do partido era similar à de uma organização criminosa. Munido de documentos que atestavam as fraudes, o auditor elaborou seu parecer recomendando ao tribunal a rejeição das contas. O parecer, porém, sumiu - e as contas do mensalão foram aprovadas.

Menos de dois meses depois, ocorreu um caso semelhante, tão estranho quanto o dos mensaleiros, mas dessa vez envolvendo as contas da última campanha presidencial do PT. O mesmo auditor foi encarregado de analisar o processo. Ao conferir as planilhas de gastos, descobriu diversas irregularidades, algumas formais, outras nem tanto. Faltavam comprovantes para justificar despesas da campanha.

A recomendação do técnico: rejeitar as contas eleitorais, o que, na prática, significava impedir a diplomação da presidente Dilma Rousseff, como determina a lei. Ocorre que, de novo, o parecer nem sequer foi incluído no processo - e as contas de campanha foram aprovadas. As duas histórias foram narradas em detalhes pelo auditor do Tribunal Superior Eleitoral, Rodrigo Aranha Lacombe, em depoimento ao qual VEJA teve acesso. Ambas cristalizam a suspeita de que a Justiça Eleitoral manipula pareceres técnicos para atender a interesses políticos - o que já seria um escândalo. Mas há uma acusação ainda mais grave.

A manipulação que permitiu a aprovação das contas do mensalão e da campanha de Dilma Rousseff teria sido conduzida pessoalmente pelo então presidente do TSE, o ministro Ricardo Lewandowski.

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Este ministro (com "m" minúsculo), deveria ser afastado do cargo, imediatamente, para ser investigado. O nosso Brasil não pode ser aviltado desta forma. Onde andam os responsáveis pela OAB, pelo o Ministério Público?
Olga Lúcia Espindola Freire

Este ministro (com "m" minúsculo), deveria ser afastado do cargo, imediatamente, para ser investigado. O nosso Brasil não pode ser aviltado desta forma. Onde andam os responsáveis pela OAB, pelo o Ministério Público?


MUITO VERGONHOSO PARA O BRASIL UM MINISTRO DO TSE AGIR DESTA FORMA. ESTE MINISTRO DE NOME ESTRANGEIRO LEWANDO WISKI DEVE TER MAIS DE 60 ANOS DE IDADE E AINDA NÃO APRENDEU A SER HONESTO, COERENTE E CUMPRIDOR DE SEUS DEVERES. ESPERO QUE ISTO NAO SEJA VERDADEIRO, MAS COMO ELE TAMBÉM NÃO ASSUME E NEM LUTA PELOS SERVIDORES DO JUDICIÁRIO APENAS PARA AGRADAR O GOVERNO, PENSO QUE ALGO DE VERDADE DEVE TER NESTA NOTÍCIA.
maria rosangela