SÃO PAULO-A piada provocou gargalhadas na Câmara de Comércio Brasil-EUA, em Nova York, na semana passada: "O número 10 já foi símbolo do jogador Pelé no Brasil. Hoje, é a marca da inflação, do tamanho do déficit público e do nível para o qual caminha o desemprego", comparou o economista Alberto Ramos, do Goldman Sachs.
É o retrato dos principais indicadores do ano passado, reproduzidos nesta página. Motivo para otimismo se encontra apenas nas contas externas, beneficiadas pelo dólar caro. O PIB de 2015 só será conhecido em março, mas os dados já justificam a permanência do pessimismo em 2016: nos últimos nove trimestres, o investimento caiu a taxas anualizadas de em média -também- 10%.
MELHOR CENÁRIO
Desemprego e juros altos reduzem demanda e seguram repasses de preços; quedas da energia elétrica, do petróleo e de commodities seguram preços e ajudam governo a manter a inflação perto dos 6,5%, teto da meta
PIOR CENÁRIO
Alta do dólar pressiona os preços, e indexação mantém repasse da inflação passada, levando o IPCA a estourar o teto da meta; a maioria dos economistas já prevê 6,87%, mas há quem estime uma inflação superior a 10%