Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na ação movida contra a chapa Dilma Rousseff–Michel Temer, que pode levar à cassação do presidente, o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht e delator da Operação Lava Jato Alexandrino Alencar afirmou que a empreiteira comprou apoio de partidos políticos à campanha encabeçada pela petista.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Alencar disse ter sido o responsável por pagamentos de 7 milhões de reais a três partidos, Pros, PCdoB e PRB, para que engrossassem o tempo de TV da chapa.
O relato do delator confirma reportagem publicada por VEJA em fevereiro, segundo a qual, a pedido do ex-ministro Edinho Silva, além das três legendas, PP e PDT também levaram cada um sete milhões de reais da empreiteira. A informação sobre o acerto consta dos acordos de delação premiada de Alencar e de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empresa.
Conforme VEJA antecipou, Odebrecht e Alencar delataram em seus acordos que a propina foi paga, através de caixa dois, diretamente aos partidos beneficiados e saiu do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, que cuidava do dinheiro sujo da empreiteira. Em alguns casos, o repasse foi feito em dinheiro vivo.
O tempo de TV foi crucial para a vitória de Dilma na disputa da reeleição – no primeiro turno, sua coligação, que contava ainda com PMDB, PSD e PR, teve onze minutos e 24 segundos no total; o segundo colocado nesse quesito, o tucano Aécio Neves, dispunha de quatro minutos e 35 segundos.
Revista Veja