Jovens itabelenses que trabalham na colheita do café concedem entrevista ao Giro de Notícias e falam do trabalho duro e de seus sonhos.

Giro de Noticias - 13/08/2022 - 23:11


Pelo menos três jovens das muitas que trabalham na colheita do café no município de Itabela, concederam entrevista  ao Site Giro de Notícias e contou um pouco de como é trabalhar na lavoura colhendo café e falou de seus sonhos.

O grupo composto por três jovens, colhedoras de café, contou como é a rotina durante a colheita, acordar muito cedo, ir para a lavoura, levando água e a marmita com o alimento que é preparado ainda durante a madrugada, voltar já a noite e ainda ter que cuidar das obrigações da casa. Elas contaram que o trabalho é cansativo mais vale apena.

Uma das jovens, Caroline Silva Almeida, 20 anos, mais conhecida por Carol, contou que começou na lida do café, por volta dos seus 16 anos. “Desde muito jovem eu já almejava a minha independência financeira, tudo isso ao ver o exemplo de minha mãe. O trabalho do café, me proporcionou um meio de ganhar dinheiro de forma honesta, legado da minha mãe". "Certo que a colheita do café é braçal, é cansativo e não é fácil, mas a certeza que no final do mês aquele dinheiro é fruto do seu suor e sua conquista “contou.

Carol é uma mulher, negra e sonhadora, tem muitos sonhos, ela almeja ser cantora, designer de moda, ser modelo e ser influenciadora digital.

Ela como tantas outras mulheres lutam por seu espaço, ela representa as mulheres batalhadoras que sonham e que lutam diariamente para realizá-los, movida por uma força de vontade inabalável vai a cada dia subindo o degrau para enfim chegar no seu lugar de direito.

Carol chegou a se escrever no concurso da garota café 2022, mais foi desclassificada por fazer parte do LB Projeto Levantando o Autoestima. Carol achou sua desclassificação injusta, até porque, ela como outras meninas que trabalham na colheita do café deveriam estar entre a as participantes, são as verdadeiras garotas café, por ser elas de fato as representantes da cafeicultura por fazer parte da lida na lavoura, principalmente da colheita.

Outra jovem entrevistada foi, Raiane Viana Costa, 24 anos, que contou que começou na lavoura ainda criança acompanhando sua mãe, ela ia para a lavoura de café e ficava olhando a sua mãe trabalhando na colheita. Por volta dos 11 anos de idade, ela diz que começou a colher café sozinha. Ela contou ainda, que apesar do trabalho braçal e cansativo, mais saber que pode conseguir com seus esforços e suor suas conquistas é muito bom.

Raiane é casada e nos dias atuais participa da colheita do café com seu esposo. " O café me trouxe a experiência de ter dignidade e a oportunidade de realizar muitas conquistas " diz Raiany.

Raiany tem vários sonhos, e é por isso que ela continua lutando, mas ela destacou dois, que ela pretende realizar o mais rápido, um é a casa própria e o outro é ter uma loja de roupas.

A história de cada uma das jovens não são diferente, Jucilene de Jesus Nascimento, 21 anos, mais conhecida por Jhacy, foi outra que na vontade de adquirir sua independência financeira, começou aos 16 anos sua labuta na colheita do café. Questionada sobre os pontos negativos e positivos do trabalho de colher café, ela diz " o ponto negativo é que pode prejudicar nossa rotina escolar pois o cansaço e o esgotamento físico é muito grande, o ponto positivo é que posso ter meu dinheiro no fim do mês".

Jaci é jovem e tem vários sonhos, um deles é abrir o próprio negócio, e o dinheiro do café está ajudando na construção e realização deste sonho. Ela nos conta que enfrenta dificuldades para realizar seus sonhos, mas que não se permite se abater, todos os desencontros segundo ela servirão de combustível para continuar. 

Estas jovens representam a cafeicultura por terem atuação direta na função desde a plantação, desbrota que consiste na retirada de brotos e até a colheita dos grãos.

Do outro lado, duas jovens, Letícia Silva & Beatriz Soares, tomaram a iniciativa de criar um projeto, que pudessem contribuir com o auto estima das pesos, em especial as conhecidas garotas do café, com a arte e intitulando que elas podem muito mais que colher café, ajudando que os sonhos de cada uma delas tornem realidades.

O LB-Projetos Levantando o Autoestima, foi criado com o objetivo de assessora estas jovens sonhadoras que mesmo longe das elites intelectuais e artísticas, no meio da lavoura contracenando com pessoas muito simples, essas jovens não desistem de seus sonhos e se der a chance de aprender e transformar suas vidas, podendo dedicar-se à arte da moda, acreditando em criar seus próprios empreendimentos para mudar suas vidas.

O projeto intitulado “LB-Projetos Levantando o Autoestima” existe desde 2019 e já tem ajudado pessoas e pretende expandir nos próximos anos com capacitação de mulheres para trabalharem com peças artísticas, teatro, moda e cursos de empreendedorismo para mulheres que sonham em ter os seu próprio negócio.

 “O objetivo sempre foi fazer um projeto voltado à geração de emprego e renda. Mas também levar em consideração a saúde mental, pois quando a pessoa trabalha com as mãos é um estímulo a sair de situações de depressão. No LB-Projetos Levantando o Autoestima, conhecemos a vivência de cada um. O contato com as pessoas é bem rico. Aprendemos muito mais com as mulheres atendidas do que elas com a gente, pois todas trazem história de superação”, explica a coordenadora do projeto, Letícia Silva

A pergunta que não se cala, o porque as verdadeiras meninas que trabalham na lavoura cafeeira do município não estão participando do concurso garota café de 2022.  

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COMENTÁRIOS

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Parabéns ao Giro de Notícias pelo conteúdo publicado! Infelizmente essas meninas guerreiras não podem participar porque essa Terra está cheia de injustiças!!! Desejo que cada uma de vcs continuem lutando pelos seus objetivos com força, fé e foco! No final, tudo será melhor... Deus abençoe a todas!
Aleghria

Parabéns meninas! Realmente vocês são autênticas Garotas Café e representam com a maestria, dedicação, força de vontade e muita simpatia as mulheres guerreiras de Itabela.... Sucesso garotas! Parabéns ao blog também pela reportagem!!!
AK

Elas não estão participando porque são pessoas humildes é simples se não tivesse esssas meninas corajosas os cafeicultores perderam seu café.
Margareth