A deputada esquerdista, Érika Hilton foi ironizada por bolsonaristas ao mencionar o show da Lady Gaga ao falar sobre a falta de público ao ato pelo fim da escala 6x1, convocado por ela, que aconteceu na Avenida Paulista na manhã desta quinta-feira 1º de maio de 2025.
Em entrevista à CNN, a parlamentar disse que a cidade de São Paulo estaria "desfalcada" por conta da ida de pessoas para o Rio de Janeiro para assistirem ao show da cantora pop, que acontecerá na Praia de Copacabana neste sábado. A fala foi compartilhada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que disseram que a manifestação teria "flopado" e que Érika estaria tentando justificar a baixa participação do público com o comentário.
Infelizmente a cidade de São Paulo está um pouco desfalcada por conta do show da Lady Gaga, mas mesmo assim, o povo veio para as ruas e nós seguiremos nos manifestando até que essa proposição seja aprovada na Câmara dos Deputados, vá ao Senado e para a sanção do presidente Lula — disse a parlamentar.
Em resposta, o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) compartilhou o trecho da entrevista de Érika e disse que "o ato fake pela escala 6 x 1 tem baixa adesão e a 'deputade' do PSOL culpa o show da Lady Gaga". "Como se trabalhador de verdade fosse perder tempo com esse tipo de evento", acrescentou Jordy.
Outra a comentar o caso foi a deputada Carla Zambelli (PL-SP), que disse que achava "engraçado" que "todo evento da esquerda é flopado e toda vez tem uma desculpa". "Dessa vez, a culpa foi do show da Lady Gaga que, aliás, está acontecendo no Rio de Janeiro", questionou a deputada.
O vereador paulista Rubinho Nunes (União-SP) também ironizou a fala de Érika em um post nas redes sociais, afirmando que ela teria admitido que o ato "flopou" por conta da cantora americana. "Quando a militância troca a revolução por uma cantora “estadunidense”, é sinal de que nem eles aguentam mais o próprio discurso", escreveu Rubinho.
Além do ato na Paulista, integrantes do movimento Vida Além do Trabalho (VAT) organizaram nesta quinta-feira manifestações pelo fim da escala 6x1 no Rio de Janeiro e em outras oito capitais.
Mudar a escala 6x1 significa alterar a forma como o trabalho é organizado, passando de um sistema onde o funcionário trabalha 6 dias e folga 1, para outro que possa envolver, por exemplo, menos dias trabalhados por semana ou mais folgas. Uma proposta de mudança na escala 6x1, como a que está sendo discutida no Congresso Nacional, visa reduzir a carga horária semanal e aumentar o tempo de descanso, visando melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.
Proposta de mudança:
Uma proposta de emenda à Constituição (PEC) visa acabar com a escala 6x1 e reduzir a jornada de trabalho para 36 horas semanais, com uma distribuição de 4 dias de trabalho e 3 dias de folga.
A mudança pode ter impactos significativos para os trabalhadores e empresas, com possíveis efeitos no custo de contratação e na produtividade.
Tramitação no Congresso:
A PEC está em tramitação no Congresso Nacional, precisando de assinaturas de um número mínimo de deputados para avançar.
Outras escalas de trabalho:
Existem outras formas de organizar a jornada de trabalho, como a escala 4x3 (4 dias de trabalho e 3 de folga) ou a jornada 12x36.
A reforma trabalhista permite que o empregador e o empregado negociem a jornada de trabalho, desde que sejam respeitadas as normas trabalhistas.
Em resumo, mudar a escala 6x1 envolve alterar a forma como o trabalho é organizado, com a possibilidade de reduzir a jornada de trabalho e aumentar o tempo de descanso, o que pode trazer impactos para os trabalhadores e empresas.