Na manhã desta segunda-feira (2 de junho), enquanto o frio encobria Itamaraju, um outro tipo de ardência se espalhava nas filas das unidades básicas de saúde (UBS) e no hospital municipal: o desespero por um exame médico. Após a pomposa inauguração do sistema de regulação, a realidade imposta à população é de meses de cortes, exames negados e esperas intermináveis.
Pacientes madrugaram na tentativa de conseguir uma vaga, mas muitos foram simplesmente empurrados para datas futuras, sem explicação. A promessa de uma saúde eficiente virou um retrato do abandono. Profissionais da área relatam que a estrutura está à beira do colapso, ao mesmo tempo em que a atual gestão se vangloria com obras herdadas da administração anterior.
Enquanto a fila aumenta, salários são cortados, funcionários são coagidos a executar tarefas fora de suas atribuições, como garis sendo obrigados a limpar rodovias federais, uma medida que, além de ilegal, coloca em risco a integridade física dos servidores.
Em vez de investir em agilidade e inovação, o que se vê é um sistema público travado, enquanto empresas privadas são contratadas para monitorar redes sociais, impondo uma vigilância digital. Há denúncias de que funcionários contratados são forçados a curtir e compartilhar conteúdos favoráveis à atual gestão, numa tentativa de criar uma falsa percepção de aprovação popular.
A crise se agrava diante da fragilidade de crianças doentes, do aumento de viroses e da ausência de políticas públicas efetivas. O clima nas ruas é de indignação: moradores denunciam manobras políticas, esquemas de facilitação de atendimentos, e o uso da máquina pública como instrumento de autopromoção, enquanto os mais pobres padecem nas filas, à espera de um atendimento digno.
Matéria do Site Itamraju Noticias