A vereadora Carmem Lúcia usou a tribuna durante a sessão na Câmara Municipal desta terça-feira (06) para demonstrar indignação em relação à convocação da APLB Sindicato para que os professores da rede municipal não participem do desfile cívico do 07 de Setembro, com o intuito de prejudicar a celebração aos 200 anos de Independência do Brasil em Eunápolis.
Segundo a representante do legislativo, os ideais político-partidários não devem atrapalhar a programação cívica. “Eu fiquei sabendo que ontem, durante uma convocação, a presidente da APLB Sindicato quis impedir os professores de participarem de um ato cívico, que é o 7 de Setembro. Não é uma briga partidária, não tem poder aí, é um ato brasileiro amanhã no desfile, e ela está impedindo que os professores vão”, esclareceu a vereadora.
Inclusive, diversos vereadores, contrários à posição da APLB/Sindicato, solicitaram aos profissionais da educação, familiares e estudantes que participem do ato cívico, que terá grandiosa programação a partir das 7h desta quarta-feira, na Avenida Porto Seguro, no centro da cidade.
Na oportunidade, Carmem também solicitou ao presidente da Câmara, Jorge Maécio, que convocasse uma audiência pública reunindo representantes da Justiça, Ministério Público, Poder Executivo, APLB/Sindicato, pais e alunos para discutir o fim da greve, que já se aproxima de 140 dias.
“Nós já chegamos a uma situação insustentável, quase quatro meses de greve. Quem está sendo prejudicado são as crianças. Nós, como Poder Legislativo, precisamos nos preocupar, pois estávamos aguardando que os professores voltassem, que a Justiça resolvesse, e que chegasse a um bom senso, mas não chegou. Nós estamos com nossas crianças com três anos de defasagem, dois por conta da pandemia, e um por causa da greve.
A gestão municipal de Eunápolis também tratou do assunto e acusa a direção local da APLB/Sindicato de cerceamento da participação de diretores e alunos de escolas no Desfile Cívico dos 200 Anos da Independência do Brasil, que ocorre amanhã (7), na Avenida Porto Seguro.
Após quatro meses de greve dos professores de Eunápolis, a gestão municipal avalia que a “APLB/Sindicato passou de todos os limites”, e informa que paga aos professores R$ 4.201,00, “um dos maiores salários de professores de rede municipal do Brasil e acima do piso nacional”.
A Prefeitura enumera uma série de prejuízo aos estudantes. Um deles é poder acarretar “um ano perdido” na trajetória escolar dos alunos da rede municipal, após dois anos comprometidos devido à pandemia.
Outro prejuízo, segundo a gestão municipal, é o “pecuniário, na medida em que há a obrigação legal da continuidade da compra da merenda escolar”. Portanto, a Prefeitura afirma que há um grande prejuízo para o erário municipal, “que é pago pelo contribuinte”.
E muitos alunos têm na merenda a sua refeição mais importante do dia. “A greve está tirando dos alunos os necessários minerais, vitaminas, carboidratos, fibras e proteínas e lhes causando deficiência nutricional. Pois está profundamente comprometida a alimentação dos estudantes”, informa a Prefeitura.
Segundo a gestão municipal, há ainda o descumprimento de uma decisão judicial, “pois a juíza local determinou que 50 % dos professores deveriam continuar dando aulas”.
A gestão municipal considera que a greve dos professores é político-partidária. Inclusive, com a criação na cidade da “Casa Vermelha, por parte da presidente em Eunápolis da APLB/Sindicato”.
A análise parte também do princípio de que a “APLB/Sindicato não deflagrou greves em cidades administradas por prefeitos alinhados ao Governo do Estado”, segundo a gestão municipal de Eunápolis.