As últimas semanas foram marcadas pela violência e medo para quem vive na Bahia. Entre os dias 28 de julho e 18 de setembro de 2023, uma série de ataques violentos tem ocorridos na capitam baiana deixando moradores e turistas em pânico.
Operações policiais na periferia de Salvador e em cidades da região metropolitana tem deixado um saldo de mais de 40 mortos. A situação reflete um crescimento apontado desde 2015, quando o estado registrou 354 mortes vítimas de intervenção policial.
A Secretaria de Segurança da Bahia disse que ampliou ações de inteligência e repressão contra facções criminosas. Onze pessoas morreram em Salvador desde o último fim de semana em ações policiais. Na terça (05/09) à noite, um tiroteio assustou moradores no Engenho Velho de Brotas, na região Central. Um homem foi assassinado. Durante toda a noite, um grupamento aéreo da Polícia Militar sobrevoou as áreas em conflito.
Além disso, a Bahia concentra o maior número de mortes violentas no país desde 2019. No primeiro trimestre deste ano, o estado se manteve no 1º lugar da lista, segundo dados do monitor da violência do site G1. Um total de 1.289 pessoas morreram em casos de feminicídios, homicídios dolosos, latrocínios ou lesões corporais seguidas de morte.
Em 29 de julho, sete pessoas morreram após ação policial na cidade de Camaçari. De acordo com o governo estadual, as vítimas faziam parte de uma facção criminosa. Dois dias depois, nova ação da policial, desta vez na pequena Itatim, com 15 mil habitantes: oito pessoas mortas, incluindo três adolescentes.
No dia 31, mais quatro pessoas morreram na região de Jaguarari, em Salvador. Por fim, na sexta-feira, 4 de agosto, 10 pessoas foram mortas pela polícia em duas ações distintas, ambas em Salvador: cinco no bairro de IAPI e outras cinco na região de Águas Claras.
A Bahia é governada pelo PT há 16 anos. Em quase duas décadas, ocuparam o posto Jacques Wagner, Rui Costa, hoje ministro-chefe da Casa Civil no governo Lula, e Jerônimo Rodrigues, atual governador
Políticos de oposição considera o crescimento da violência a falta de ações efetivas de ações governamentais petistas que, segundo eles, conduziram a Bahia à crise vivida atualmente. “Desde 2007, com Wagner, as ações governamentais na área da segurança pública foram conduzidas pela adesão ao modelo penal do populismo punitivista, materializado, sobretudo, na falácia da “guerra às drogas” e na explícita orientação da atividade policial para o confronto, como estratégia política”, explica.
Outras cidades, sobretudo no interior, como Jequié, Camaçari, Santo Antônio de Jesus e Simões Filho, que figuram entre as mais perigosas do Brasil, segundo o Fórum de Segurança Pública, vivem imersas em disputas do narcotráfico.
Há uma intensa movimentação de disputas territoriais, tanto no interior, como na capital, que implicam em novos arranjos criminosos arquitetados através de conflagrações de elevada intensidade, com alto custo de vidas, além da disseminação da violência e medo entre as comunidades mais atingidas.
O que tem sido observador ao longo dos anos, falta de promotores, juízes e delegados titulares em mais da metade dos munícios do estado da Bahia. Número pequeno de contingentes nas cidades e a falta de policiamento ostensivo em quase todos os distritos e povoados da Bahia. Essa situação tem contribuído e muito para o aumento do tráfico de drogas e impunidade aos acusados de crimes violentes por falar de investigação ou de efetivo para coibir o crescimento dessas ações violentas nas cidades.