Reportagem do Uol divulgada em 09/10/2025, mostra que o deputado Adolfo Viana (PSDB-BA) enviou R$ 7 milhões em emendas a obras de pavimentação superfaturadas em Juazeiro (BA) e Novo Horizonte (BA), investigadas pela Polícia Federal na Operação Overclean.
Um dos sócios da empresa que executou o contrato, Alex Parente, esteve 22 vezes no gabinete de Viana na Câmara dos Deputados, segundo registros da portaria. Ele e seu irmão, Fabio Parente, são donos da Allpha Pavimentações.
O pregão eletrônico em que a Allpha conseguiu os contratos de asfalto no interior da Bahia, em 2021, foi realizado pelo Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), cujo coordenador no estado na época era Lucas Maciel Lobão, indicado por Adolfo Viana ao cargo.
A PF investiga os irmãos por fraudes em licitações, superfaturamento, corrupção e desvio de dinheiro de emendas —inclusive nos contratos com o Dnocs. Marcos Moura, integrante da Executiva do União Brasil e conhecido como "rei do lixo", é apontado como líder da organização criminosa.
Lobão também foi alvo da operação. Após sair do Dnocs, ele passou a trabalhar como lobista para os Parente. Segundo a PF, o ex-coordenador ajudou a negociar fraude a licitações e propina a políticos.
No ano passado, o jornal O Globo mostrou que Marcos Moura, o "rei do lixo", esteve 27 vezes na Câmara e fez reuniões com o União Brasil.
As visitas de Parente à Câmara mostram que o grupo investigado tinha ligações com outros partidos além do União. Viana hoje ocupa o cargo de líder do PSDB na Câmara.
Apesar das suspeitas, o deputado Adolfo Viana não é investigado diretamente pela Polícia Federal. Segundo o UOL, seu nome apareceu em documentos apreendidos durante buscas na sede do Dnocs em 2024, relacionados às emendas parlamentares destinadas às obras investigadas.
Atualmente, Viana ocupa a liderança do PSDB na Câmara dos Deputados. As autoridades ainda não confirmaram se ele teve participação direta nas irregularidades apontadas.
As investigações continuam em andamento, e a PF tenta detalhar as conexões entre políticos, empresários e servidores públicos supostamente envolvidos no esquema.