Um arsenal foi apreendido nesta quarta-feira (2) durante patrulhamento conjunto da Polícia Federal e da Força Nacional no Território Indígena de Barra Velha, em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia. A operação ocorreu em uma área marcada por tensões agrárias relacionadas a disputas territoriais.
Quatro pessoas foram abordadas, entre elas dois adolescentes. Com os suspeitos, os agentes encontraram duas pistolas — uma 9mm e uma calibre .380 — ambas com numeração raspada, além de 198 munições calibre 9mm, 135 munições calibre .380, 23 munições calibre .44, 27 munições calibre 5.56 deflagradas, uma munição calibre 12, uma munição calibre .22 e uma calibre .32. Também foram apreendidos dois carregadores alongados calibre 9mm com capacidade para 31 disparos cada, quatro carregadores calibre .380, um coldre de pistola 9mm na cor bege e uma balaclava camuflada.
Entre os evolvidos segundo informação de moradores da região está o próprio cacique da aldeia, conhecido como Suruí, todos eles foram conduzidos à Delegacia da Polícia Federal em Porto Seguro, onde foram autuados e permanecerão à disposição da Justiça. A PF dará continuidade às investigações, com foco na origem do material, possíveis vínculos com organizações criminosas e outras circunstâncias do caso.
A operação integra ações coordenadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em apoio à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), com a participação da Força-Tarefa da PF, Secretaria de Segurança Pública da Bahia, Polícia Militar e Polícia Civil. O objetivo é preservar a ordem e mediar conflitos em áreas sensíveis de territórios indígenas na região.
Os Agentes da Força Nacional de Segurança Pública foram enviados pelo Governo Federal para Porto Seguro, no extremo sul da Bahia, para reforçar a segurança em áreas de conflitos entre indígenas e fazendeiros.
Os agentes estão na região desde 28/04/2025, e até essa data não foi registrado nenhuma ocorrência por parte dos donos de propriedades rurais, o que reforça a tese dos fazendeiros da região de que os conflitos tem partido por parte de um pequeno grupo de indígenas que mesmo sem autorização legal tem ocupado propriedades produtivas o que tem gerado a instabilidade na região.
A prisão e apreensão das armas e a grande quantidade de munições em território indígena de Barra Velha, foi considerada por representantes dos produtores rurais da região como uma prova concreta de que a narrativa construída que fazendeiros tem sido o pivor dos conflitos agrários nesta região não se sustenta.
Um advogado de dono de propriedade ocupada por pequenos grupos supostamente indígenas, falou com reportagem e disse que a verdade dos fatos estão aparecendo, “preferiram tentar imputar falsamente crimes a produtores rurais, distorcendo a realidade e alimentando uma visão criminosa sobre quem trabalha e produz” .