
"PINTO PEQUENO, CORNO E FROUXO": Insultos Teriam Desencadeado Tragédia em Itabela, Diz o Guarda Municipal Paulo Cesar em audiência!
Itabela, Bahia – O caso do homicídio que abalou a cidade de Itabela está em uma fase crucial, com a Justiça se preparando para decidir se o guarda municipal PAULO CESAR SOARES SANTOS irá a júri popular. Após uma intensa audiência de instrução e julgamento, realizada em 13 de outubro de 2025, o processo agora aguarda as manifestações finais das partes antes de uma decisão da magistrada sobre o futuro do acusado.
O crime, ocorrido na noite de 27 de abril de 2025, por volta das 21h, na Rua Getúlio Vargas, esquina com a Rua Dr. Talma Sampaio, bairro Bandeirante, resultou na morte do cantor, Josemar Xavier Pereira, de 38 anos, conhecido como "Jô Xavier", pessoa muito querida na cidade. Paulo Cesar Soares Santos é acusado de homicídio qualificado por motivo torpe, com recurso que dificultou a defesa da vítima e uso de arma de fogo de uso restrito.
A Reconstituição dos Fatos na Audiência
A instrução processual, que incluiu o depoimento de diversas testemunhas e a análise de provas técnicas, buscou reconstruir os momentos que levaram à tragédia.
As testemunhas oculares, ouvidas sob juramento, forneceram um relato coeso dos acontecimentos.
Segundo o depoimento de Josieli Santos da Silva, o acusado chegou transtornado ao local, desceu com uma arma na mão e se dirigiu a Jô, que estava sentado à mesa, colocando a arma no rosto dele. Amigos tentaram afastar Paulo de Jô, levando-o para outra mesa. Contudo, quando Jô foi chamado para ir embora, ele teria provocado Paulo, chamando-o de "corno". Paulo, que estava saindo, retornou imediatamente, e a testemunha ouviu disparos, após o qual o acusado fugiu. Josieli afirmou que Jô não fez menção de agredir Paulo César, não estava armado, e que Paulo César chutou a perna de Jô enquanto apontava a arma para ele.
A Versão do Acusado: Insultos e Ciúmes
A motivação por trás do crime foi um ponto central na audiência. A irmã da vítima, Cristiane Xavier Pereira, revelou um histórico de ameaças prévias, mencionando um episódio dois meses antes do homicídio em que Paulo teria chutado o portão da residência vizinha e mostrado a arma a Josemar. Segundo ela, Paulo atribuía a Jô um relacionamento com sua ex-companheira, Wanderléia.
O próprio acusado, em seu interrogatório, forneceu sua versão dos fatos, trazendo à tona as provocações que, segundo ele, teriam desencadeado sua reação. O acusado declarou que manteve um relacionamento com Wanderléia por dez ou doze anos. Ele se separou há cerca de cinco anos após descobrir traições por parte dela. Segundo seu relato, após o término com Wanderléia, Jô passou a provocá-lo frequentemente, afirmando que ele tinha um pinto pequeno e era corno e frouxo, difamando-o por toda a cidade. Disse que no dia dos fatos, quando os eventos ocorreram, ele já estava entrando em seu carro quando Jô começou a xingá-lo e humilhá-lo, gritando mais alto que o som do bar para que todos ouvissem. O acusado disse que não pensou na hora que atirou, dizendo que atirou por nervosismo e na emoção do momento.
Os Próximos Passos Rumo ao Júri
Com a fase de instrução concluída, o processo avança para as alegações finais. O Ministério Público vai apresentar seus argumentos, pedindo que PAULO CESAR SOARES SANTOS seja pronunciado e levado a júri popular pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, por ter dificultado a defesa da vítima e pelo uso de arma de fogo de uso restrito.
Depois, a defesa do guarda municipal terá a oportunidade de apresentar suas próprias alegações finais, buscando convencer a juíza da inexistência de provas suficientes para a pronúncia, ou pleiteando a desclassificação do crime para uma modalidade menos grave ou mesmo absolvição alegando que PAULO CESAR SOARES SANTOS agiu em legítima defesa.
A comunidade de Itabela aguarda com expectativa a definição dos próximos rumos deste caso, que coloca em xeque a responsabilidade individual diante de provocações e o uso da força, ainda mais por parte de um sujeito que é Guarda Municipal. A decisão da magistrada será crucial para determinar se PAULO CESAR SOARES SANTOS enfrentará o julgamento da sociedade itabelense no Tribunal do Júri.
Matéria do Giro de Noticias