Enquanto o povo clama por dignidade, saúde e segurança, prefeitos da região optam por dançar ao lado do governador Jerônimo em palcos festivos em Eunápolis. O contraste é gritante: de um lado, sorrisos, câmeras, e passos de dança ensaiados; do outro, filas intermináveis no SUREM, onde pacientes agonizam esperando atendimento. Famílias desesperadas, sem médico, sem estrutura, sem respostas.
A presença dos prefeitos nesses eventos escancara o descompasso entre a realidade vivida pelo cidadão comum e a bolha de conforto dos gestores públicos. Como justificar tanta celebração enquanto comunidades enfrentam o abandono da segurança pública, com ruas dominadas pelo medo, escolas vulneráveis e uma juventude sem perspectivas?
A política virou espetáculo, mas o povo não aplaude. Pelo contrário, assiste com indignação. A prioridade deveria ser investir em hospitais, reforçar a segurança, ouvir a população — não subir em palco para dançar enquanto a vida nas periferias escorre pelo ralo do descaso.
É hora de repensar o papel dos nossos líderes. Quem governa precisa estar ao lado do povo no sofrimento e na luta, não apenas na festa. A dança pode até render curtidas, mas a omissão custa vidas. E isso, a história não perdoa.